terça-feira, 23 de julho de 2013

Caindo nas ruas de Roma

   Era apenas mais um final de tarde para qualquer outro nas ruas quentes de Roma, mas havia uma janela e uma pessoa em especial, seu nome era Amanda. Seus olhos eram de um castanho claro e seu cabelo curto e molhado estava assentado no braço do sofá, suas roupas eram uma calça branca e uma blusa vermelha, ambas grudavam em sua pele molhada.
   Não havia barulho algum, ela estava sozinha, segurando a mão figurativamente de um homem que nunca voltaria, graças àquilo que chamavam de guerra. Em sua frente, uma mesinha de centro de mogno carregava sobre si um retrato de um homem, com um uniforme verde e sorriso torto. Seus olhos não brilhavam mais ao ver a foto, apenas se entristeciam com o modo que ele se fora.
   - Eu apenas quero vê-lo de novo - seus lábios se abriram cuspindo aquelas poucas palavras de saudade de seu falecido amante, Juan. 
   Do outro lado daquelas ruas, havia um pequeno estúdio e nele o irmão de Juan também chorava as suas poucas lágrimas, mas não com as lembranças de infância que o tanto perturbavam de alegria e tristeza de seu irmão, mas sim da mesma moça de olhos tristes no sofá retratados tão belamente na foto à sua frente. As luzes da sala ainda estavam em vermelho por estar revelando as dezenas de fotos de Amanda, mas sua beleza não era prejudicada em nenhuma delas. E assim, em uma daquelas fotos tiradas, aquele de nome Antônio se apaixonara pela noiva de seu irmão, o antigo fuzileiro das forças armadas, hoje apenas protegendo a porta de seu caixão.
   A única pergunta que não se silenciava era se o choro da jovem Amanda era da morte de Juan ou de ter caído verdadeiramente naquele poço sem fundo chamado amor junto de Antônio.

Então, esse texto é meio velho, fiz como exercício na sala de aula e nunca continuei, nunca fiz uma continuação para esses três, é pequeno, mas espero que gostem.

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