terça-feira, 14 de abril de 2015

Livro vs. Filme: Misery (Louca Obsessão)

O Pesadelo de qualquer escritor

Misery, também conhecido como Louca Obsessão, é um livro escrito por Stephen King, que escreveu Carrie, a estranha, O Iluminado, Torre Negra, entre outros.

A história segue o personagem Paul Sheldon, escritor que terminou a saga com a sua ingênua heroína, Misery Chainstain, e que acabou de terminar seu novo livro, Carros Velozes. O livro se inicia com ele acordando do coma na casa de Annie Wilkes, sua fã número um.

Enquanto retornava para mostrar seu novo livro para sua editora, Paul sofreu um acidente de carro e por uma coincidência incrível, quem o salvou foi Annie, que logo depois mostra não ser apenas uma simples fã.

Filme e livro mesmo contendo a mesma história tem dois lados muito interessantes, enquanto o livro foca em Paul e em sua loucura por permanecer em um quarto escrevendo uma história que não deseja (mas por um lado se torna o melhor livro dele), o filme mostra o que acontece do lado de fora da casa.

Talvez o que mais valha a pena em relação ao filme, seja a atuação incrível de Kathy Bates, que consegue ser doce e amável e até fazer você pensar “Ela não pode ser má”, mas que em um segundo, te faz sentir o medo na pele.

Comparando ambas as histórias, o que vemos no filme, mesmo sendo cenas muito tensas fazendo o telespectador suar frio e sentir o medo que Paul sente, acaba se tornando uma história para criança comparada ao que se passa no livro.

Stephen consegue traçar a loucura que surge aos poucos na cabeça de Paul devido ao cativeiro e ainda fazer o leitor sofrer com o que Annie é capaz de fazer.

Annie, ao passar do livro, se mostra uma personagem com diversos problemas mentais, uma psicopata para resumir, mas mesmo prendendo Paul e o obrigando a escrever um retorno da morte de 
Misery, se torna quase inacreditável que ela possa machucar a sua “galinha dos ovos de ouro”.

Quando e o que ela faz, assusta o leitor e o faz “gritar” junto de Paul.


Raramente o livro sai da relação Annie e Paul e isso trás uma sensação de caustrofobia, trazendo perguntas como “E ninguém o está procurando? Tanto tempo assim?”, que apenas é respondida bem para frente do desenvolvimento da história.

Outro detalhe legal, é que nesse livro, somos inseridos na ideia de se contar uma história, de se escrever um livro. Além do “sequestro” de Paul, temos a história de Misery e da criação de um novo livro e diversas técnicas literárias surgem durante isso.

Li exatamente três livros, além de Misery, do escritor e nenhum deles conseguiu me fazer ficar tão nervoso, a ponto de eu ler 100 páginas em uma manhã para terminar logo o livro.

As sequelas do Paul no livro, o seu medo e como a última frase parece tornar tudo mais real, como se ele finalmente tivesse escrito aquele livro e que na verdade o autor de Misery fosse Paul Sheldon e não Stephen King, é o mais impressionante, colocando o leitor em choque.

Stephen King, novamente (como em O Iluminado), mostrou que não é necessário telecinese, monstros na névoa ou ciganos para se fazer um terror digno de fazer você imaginar que Annie Wilkes está agora atrás de você, com um machado, pronta para atacar.

Eu já havia visto o filme anos atrás e não imaginei que lendo uma mesma história, faria com que meu coração ficasse a mil.

Ambas as mídias são geniais e conseguem te colocar aflição. King é o tipo de escritor, que mesmo que veja a adaptação do livro, você vai suspirar e gritar de horror quando ler. 



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